quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Naquele dia

Naquele dia eu acordei e senti que o mundo era meu.
Não que mo tivessem dado ou emprestado,
não que eu o tivesse herdado,
era meu porque eu sou dele e faço parte dele.

Levantei-me e acreditei num dia diferente, especial,
e coloquei em tudo um carinho,
e um sorriso de quem luta para vencer.

Naquele dia eu fui feliz.
Senti-me capaz, forte para lutar.
Naquele dia fui eu,
a pessoa alegre que eu sabia que tinha em mim.

Naquele dia deixei escapar confissões,
Dancei com melodias, sorrisos e brilhos nos olhos,
calçada e descalça, sozinha e acompanhada.
E sorri, para mim e para os outros.

Fui feliz. Nada mais importa.



sábado, 26 de outubro de 2013

A vida tem-me feito surpresas



A vida tem-me feito surpresas. Umas boas, outras nem tanto. Umas maiores que outras. Surpresas. E eu não tenho outra opção senão deixar-me ser surpreendida. Às vezes é bom sermos surpreendidos. Sermos apanhados desprevenidos e obrigados a agir na hora e no local conforme o momento o exigir, sem planos pré-elaborados, sem esboços do que fazer. Fazer. Arriscar. E se algumas vezes não há nada a ganhar, noutras não há nada a perder. Aproveitar. Eternizar momentos, vivendo-os com a intensidade que merecem. E há momentos tão bonitos. 
Esta fotografia foi-me tirada num casamento, há exactamente duas semanas atrás, e transmite tanto de mim. Por um lado, a calma que por vezes nos é tão preciosa. A paz de espírito. Sentir-mo-nos bem na nossa pele, no nosso corpo, em nós. Num outro hemisfério está alguém inseguro e vacilante, estão as dúvidas do que sou ou não capaz. E comigo, por vezes, sou bastante pessimista. Mas há uma força que me puxa. Que me motiva. Chamar-lhe-ia amor. O que sinto pelos outros e o que sinto que os outros sentem por mim. Mas não é só isso. É ter vontade de conquistar o mundo pelas próprias mãos e confirmar com os meus próprios olhos histórias que entretanto me foram lidas e dadas a conhecer. É uma ânsia enorme de viver e um sentimento de que querer é poder. E nisto, a certeza de que momentos maus são a oportunidade de podermos reconhecer e valorizar os bons. 
E estes são o preto e o branco da (minha) vida, ou talvez, o preto no branco (ou vice-versa). E esta sou eu. Não pareço, mas sou. E estou ali por inteiro. Feliz, calma, pronta para abrir os olhos e lutar. Sem sombras que me amarrem, sem medos que me façam parar, sem me permitir desistir. Porque a vida só faz sentido se for vivida. E porque o tempo não volta atrás, nem pára para nos esperar. E porque o bom da vida, é viver.

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Faz parte


Quantas são as vezes que deixamos escapar momentos por não lhes darmos o devido valor? Quantas vezes nos perdemos e não sabemos que caminho seguir? Quantas vezes nos deixamos levar pela agitação da vida e nos esquecemos de ter um tempo só para nós, um tempo a sós, apenas connosco?! Às vezes um pouco de tempo a sós é preciso e precioso. Estacar no tempo e observar o que nos rodeia. As ondas que vão e voltam e rebentam na areia. Os pássaros a voar. O som da brisa suave que agita os cabelos. O olhar de quem pára e fica durante os minutos a sós consigo mesmo. Um tempo para pensar, definir as ideias, acalmar os sentimentos. Um tempo só para nós, a sós e longe do que nos poderá fazer mal. Um tempo para juntar os pedaços, para reflectir sobre o caminho a seguir. Um tempo para nós. E este tempo faz sentido. 
 "Faz parte ser um pouco perdido", é por isso que de vez em quanto precisamos de nos reencontrar. E é tão bom quando isso acontece.



Mafalda Veiga, "Faz Parte"